Clorfenicol

Clorfenicol: antibiótico de amplo espectro com uso sistêmico restrito devido ao risco de anemia aplástica. Ainda muito usado em colírios e pomadas oftálmicas seguras.
Dafratec
Por: Dafratec | Em 09/12/2025 | Termo
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Clorfenicol: O que é e como funciona

O clorfenicol é um antibiótico de amplo espectro descoberto em 1947 a partir da bactéria Streptomyces venezuelae . Foi um dos primeiros antibióticos de amplo espectro disponíveis no mundo e, durante décadas, salvou inúmeras vidas, especialmente antes da popularização das penicilinas e cefalosporinas.

IMPORTANTE:
A Dafratec não recomenda, não orienta nem incentiva o consumo de qualquer medicamento, inclusive o clorfenicol. Todo o conteúdo aqui apresentado tem apenas caráter educativo e informativo. Nunca faça uso de medicamentos sem prescrição e acompanhamento médico. Procure sempre seu médico ou farmacêutico antes de iniciar qualquer tratamento.

Características principais

Estrutura química

O clorfenicol possui uma estrutura relativamente simples, com um grupo nitroaromático e um átomo de cloro — características raras entre antibióticos naturais. Sua fórmula molecular é C₁₁H₁₂Cl₂N₂O₅.

Mecanismo de ação

Age inibindo a síntese proteica bacteriana ao se ligar à subunidade 50S do ribossomo bacteriano, bloqueando a enzima peptidil-transferase. Isso impede a formação da ligação peptídica entre aminoácidos, interrompendo o crescimento da cadeia polipeptídica.

Espectro de ação

É eficaz contra:

  • Bactérias Gram-positivas
  • Bactérias Gram-negativas
  • Anaeróbios
  • Riquétsias
  • Clamídias
  • Micoplasmas

Por isso ainda é útil em infecções graves causadas por microrganismos multirresistentes ou em casos de alergia a beta-lactâmicos.

Formas de administração

  • Oral : cápsulas (bom absorvimento)
  • Intravenosa
  • Tópica : colírios e pomadas oftálmicas/otológicas
  • Intramuscular (menos usada hoje)

Principais indicações atuais

Devido ao risco de efeitos colaterais graves, o uso sistêmico do clorfenicol está muito restrito na maioria dos países. Hoje é indicado principalmente para:

  • Meningite bacteriana grave (quando o paciente é alérgico a penicilinas e cefalosporinas)
  • Febre tifoide resistente a outros antibióticos
  • Infecções por Haemophilus influenzae resistente
  • Conjuntivite bacteriana grave (uso oftálmico)
  • Infecções oculares e de ouvido externas (pomada)

Efeitos adversos graves (por isso o uso é restrito)

1. Anemia aplástica

Rara (1:25.000 a 1:40.000), mas quase sempre fatal. Pode ocorrer mesmo após uso tópico ou dose única. Não é dose-dependente.

2. Síndrome cinzenta do recém-nascido

Ocorrida em bebês prematuros ou recém-nascidos que recebem doses altas. Causada pela imaturidade do fígado (deficiência de glucuronil-transferase), levando acúmulo do medicamento, choque cardiovascular e coloração cinza-azulada da pele.

3. Supressão medular reversível

Depende da dose e duração. Mais comum em tratamentos prolongados ou doses altas.

Contraindicações

  • Hipersonibilidade conhecida
  • Gravidez e aleitamento (exceto se benefício justificar risco)
  • Recém-nascidos e prematuros (uso sistêmico)
  • Histórico pessoal ou familiar de discrasias sanguíneas

Monitorização no uso sistêmico

Quando inevitável o uso por via oral ou intravenosa:

  • Hemograma completo antes e a cada 2–3 dias
  • Dosagem sérica (nível terapêutico: 10–20 µg/mL)
  • Ajuste de dose em insuficiência hepática ou renal grave

Conclusão

O clorfenicol foi um marco na história dos antibióticos, mas hoje seu uso sistêmico é excepcional devido ao risco de anemia aplástica. Continua sendo uma opção valiosa em colírios e pomadas oftálmicas/otológicas, onde a absorção sistêmica é mínima e a eficácia local é excelente.

FAQ – Clorfenicol: 7 perguntas mais frequentes

1. O que é o clorfenicol?

É um antibiótico de amplo espectro descoberto em 1947, produzido originalmente pela bactéria Streptomyces venezuelae . Atua contra bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, anaeróbios, riquétsias, clamídias e micoplasmas.

2. Ainda se usa clorfenicol em humanos hoje em dia?

Sim, mas o uso por via oral ou injetável é muito restrito na maioria dos países por causa do risco de efeitos colaterais graves. Já o uso tópico (colírios e pomadas para olhos e ouvidos) continua sendo comum e seguro.

3. Por que o clorfenicol quase “sumiu” dos consultórios?

Porque pode causar anemia aplástica, uma complicação rara (1 em 25–40 mil pacientes), mas quase sempre fatal e imprevisível. Com a chegada de antibióticos mais seguros (cefalosporinas, fluoroquinolonas, etc.), seu uso sistêmico foi drasticamente reduzido.

4. O colírio de clorfenicol é seguro?

Sim! A absorção do colírio ou da pomada oftálmica/otológica para o sangue é mínima. Casos de anemia aplástica com uso apenas tópico são extremamente raros, e os benefícios no tratamento de conjuntivite e otite externa superam muito o risco.

5. Posso dar clorfenicol para bebê ou recém-nascido?

Nunca por via oral ou injetável. Em recém-nascidos, pode causar a “síndrome cinzenta”, uma intoxicação grave e potencialmente fatal devido à imaturidade do fígado. Uso tópico ocular/otológico geralmente é liberado pelo pediatra ou oftalmologista.

6. Quais são as principais indicações atuais do clorfenicol sistêmico?

Só é usado sistemicamente em situações muito específicas:

  • Meningite bacteriana em pacientes alérgicos a penicilinas e cefalosporinas
  • Febre tifoide multirresistente
  • Infecções graves por Haemophilus influenzae ou anaeróbios resistentes

7. Se eu tomar clorfenicol, preciso fazer algum exame de sangue?

Sim! Quando o uso oral ou intravenoso é inevitável, o médico deve solicitar hemograma completo antes de iniciar e a cada 2–3 dias durante o tratamento para detectar precocemente qualquer alteração na medula óssea.

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As informações apresentadas nesta página têm caráter educativo e informativo, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre técnicas e princípios de análise utilizados na pesquisa científica e na indústria.

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