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Exopolissacarídeos

São biopolímeros de natureza polissacarídica sintetizados e secretados por microrganismos, como bactérias, arqueias, leveduras e algas. Clique aqui.
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Por: Dafratec | Em 31/07/2025 | Termo
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Exopolissacarídeos (EPS): Estrutura, Funções, Técnicas de Análise e Aplicações Biotecnológicas

Os exopolissacarídeos (EPS), ou Exopolysaccharides, são biopolímeros polissacarídicos produzidos por microrganismos como bactérias, arqueias, leveduras e algas. Esses compostos desempenham funções essenciais na proteção celular, formação de biofilmes e em diversas aplicações industriais. Este artigo explora a estrutura, biossíntese, técnicas de análise e usos dos EPS em setores como alimentos, farmacêuticos e biotecnologia ambiental — com foco em métodos avançados de caracterização e aplicação.

Por sua biocompatibilidade, biodegradabilidade e versatilidade funcional, os exopolissacarídeos vêm ganhando destaque como materiais sustentáveis e funcionais na biotecnologia moderna.

O que são Exopolissacarídeos?

Os EPS são polímeros extracelulares secretados por microrganismos para proteção contra estresses como desidratação, radiação UV e agentes antimicrobianos. Além de protegerem as células, esses biopolímeros atuam na formação de biofilmes, adesão celular, reserva de energia, sequestro de nutrientes e regulação osmótica. Essas propriedades fazem dos EPS componentes-chave em aplicações biotecnológicas e ambientais.

De acordo com sua composição, os exopolissacarídeos são classificados em:

  • Homopolissacarídeos: compostos por um único monossacarídeo, como dextrana, levan e celulana.
  • Heteropolissacarídeos: formados por diferentes monossacarídeos, como glicose, galactose, ramnose e ácido glucurônico.

A estrutura dos EPS — incluindo ligações glicosídicas α ou β, grau de ramificação e peso molecular — determina suas propriedades físico-químicas, como viscosidade, solubilidade e estabilidade térmica.

Alterações sutis na estrutura molecular podem modificar drasticamente o comportamento do EPS, influenciando sua função, aplicabilidade e desempenho industrial.

Biossíntese e Regulação dos Exopolissacarídeos

A biossíntese dos EPS ocorre por vias enzimáticas complexas e reguladas, especialmente em microrganismos Gram-negativos, e envolve três etapas principais:

  1. Síntese de precursores: formação de açúcares ativados como UDP-glicose e GDP-manose no citoplasma.
  2. Polimerização: união dos açúcares ativados em cadeias polissacarídicas no citoplasma ou periplasma.
  3. Exportação: secreção do polímero para o meio extracelular por sistemas Wzx/Wzy, ABC transportadores ou mecanismos do tipo synthase.

A regulação genética depende de fatores ambientais como pH, temperatura e disponibilidade de nutrientes. Com o avanço da engenharia metabólica, técnicas modernas como superexpressão de genes, knockout de vias competitivas e edição genômica com CRISPR/Cas9 têm permitido otimizar o rendimento e a estrutura dos EPS em biorreatores controlados.

Técnicas de Produção, Purificação e Caracterização de Exopolissacarídeos

1. Produção e Purificação

  • Cultivo microbiano: seleção de microrganismos, meio de cultura e condições ideais de fermentação.
  • Precipitação do polímero: uso de etanol ou isopropanol para separar o EPS do sobrenadante.
  • Remoção de impurezas: centrifugação, diálise e ultrafiltração para eliminar proteínas e ácidos nucleicos.
  • Cromatografia de purificação: técnicas de troca iônica e filtração em gel para obter frações puras de EPS.

2. Quantificação e Composição Química

  • Teor de açúcares totais: métodos colorimétricos como fenol-ácido (Dubois) avaliam o rendimento global.
  • Pureza: espectrofotometria UV (260/280 nm) para detectar proteínas e ácidos nucleicos residuais.
  • Composição monossacarídica: hidrólise ácida ou enzimática seguida de HPLC, GC-MS ou HPAEC-PAD identifica os monossacarídeos constituintes.
  • Peso molecular: medido por GPC/SEC ou HPSEC com detector MALLS para determinar distribuição de massas.

3. Caracterização Estrutural

  • FT-IR: identifica grupos funcionais como hidroxila, carbonila e ligações glicosídicas.
  • RMN (¹H, ¹³C, 2D): define sequências, configurações anoméricas e pontos de ramificação.
  • Metilação + GC-MS: usada para investigar tipos de ligações e posições de ramificação.
  • Difração de raios-X (XRD): avalia a cristalinidade do polímero.
  • Microscopia (SEM, AFM): revela morfologia, textura e porosidade da matriz do EPS.

4. Propriedades Físicas e Funcionais

  • Reologia: determina viscosidade, comportamento ao cisalhamento e módulos G′/G″ em soluções de EPS.
  • Capacidade de retenção: mede retenção de água/óleo, emulsificação e solubilidade.
  • Análise térmica: TGA e DSC avaliam estabilidade e degradação térmica.
  • Propriedades bioativas: ensaios antioxidantes, antimicrobianos e anti-inflamatórios determinam potencial funcional.

Essas técnicas de caracterização de exopolissacarídeos permitem compreender a relação entre estrutura e desempenho — um passo essencial para o desenvolvimento de produtos inovadores.

Relação Estrutura-Função

A correlação entre estrutura e função é central no estudo dos EPS. Polímeros com alto peso molecular exibem maior viscosidade, enquanto cadeias altamente ramificadas melhoram a retenção de água e a estabilidade de emulsões. O tipo de ligação glicosídica (α ou β) também influencia propriedades como elasticidade e solubilidade.

Funções Biológicas dos Exopolissacarídeos

  • Formação de biofilmes: cria uma matriz protetora contra antibióticos e desidratação.
  • Adesão celular: facilita fixação a superfícies biológicas e abióticas.
  • Reserva energética: atua como fonte de carbono sob escassez de nutrientes.
  • Sequestro de metais: agentes quelantes que capturam íons metálicos essenciais.
  • Proteção osmótica: mantém equilíbrio hídrico em ambientes hiperosmóticos.

Aplicações Industriais e Biotecnológicas

1. Indústria Alimentícia

  • Espessantes e estabilizantes: como goma xantana (Xanthomonas campestris) e gellan (Sphingomonas elodea).
  • Substitutos de gordura: melhoram textura e cremosidade em alimentos dietéticos.
  • Agentes de gelificação: utilizados em sobremesas e produtos lácteos.

2. Setor Farmacêutico e Cosmético

  • Carreadores de fármacos: encapsulam e liberam substâncias bioativas de forma controlada.
  • Agentes cicatrizantes e hidratantes: como o ácido hialurônico, usado em regeneração tecidual.
  • Produção de vacinas: atuam como adjuvantes e componentes antigênicos.

3. Biocombustíveis e Química Verde

  • Bioplásticos: precursores de materiais poliméricos renováveis.
  • Floculantes e emulsionantes: usados no tratamento de efluentes industriais.

4. Agricultura e Biotecnologia Ambiental

  • Biofertilizantes: favorecem fixação biológica de nitrogênio e estruturação do solo.
  • Biorremediação: auxiliam na imobilização de poluentes e metais pesados.

Tendências e Avanços Recentes

Pesquisas atuais exploram o uso de resíduos agroindustriais como fonte de carbono, reduzindo custos e promovendo sustentabilidade. Aplicações emergentes incluem nanotecnologia e medicina regenerativa, com EPS demonstrando efeitos imunomoduladores, antioxidantes e antitumorais. Esses avanços reforçam seu papel na bioeconomia circular.

Considerações Práticas

A escolha das técnicas de análise e purificação depende do tipo de EPS (homopolissacarídeo ou heteropolissacarídeo), do objetivo (pesquisa acadêmica ou industrial) e da disponibilidade de equipamentos como RMN 2D e GPC-MALLS. Avaliações de pureza, biodegradabilidade e toxicidade são indispensáveis antes de aplicações em alimentos, cosméticos e fármacos.

Conclusão

Os exopolissacarídeos representam uma classe promissora de biopolímeros com potencial de transformar indústrias por meio de soluções sustentáveis e funcionais. A combinação de caracterização analítica detalhada e engenharia genética avançada impulsiona o desenvolvimento de novos materiais e bioprodutos de alto valor agregado.

Com a integração entre biotecnologia, química e sustentabilidade, os EPS estão no centro da inovação em materiais naturais e processos industriais ecológicos.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que são exopolissacarídeos?

São biopolímeros produzidos por microrganismos e secretados no meio extracelular, com propriedades protetoras e aplicabilidade industrial.

Como os EPS são analisados?

Por técnicas como cromatografia, FT-IR, RMN, GPC e TGA, que determinam composição, pureza e propriedades físicas.

Qual a importância do peso molecular nos EPS?

Ele influencia diretamente a viscosidade, a estabilidade e a funcionalidade do polímero.

Quais são as aplicações dos exopolissacarídeos?

São usados em alimentos, cosméticos, fármacos, bioplásticos, biofertilizantes e processos de biorremediação.

Os EPS são sustentáveis?

Sim, pois são biodegradáveis, de origem natural e podem ser produzidos a partir de resíduos agroindustriais.

O que diferencia homopolissacarídeos de heteropolissacarídeos?

Os primeiros contêm apenas um tipo de monossacarídeo; os segundos combinam diferentes açúcares, oferecendo maior complexidade estrutural.

⚠️ Atenção

As informações apresentadas nesta página têm caráter educativo e informativo, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre técnicas e princípios de análise utilizados na pesquisa científica e na indústria.

O conteúdo não representa necessariamente o catálogo comercial da Dafratec, nem constitui uma oferta direta de produtos, equipamentos ou serviços.

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