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USP 71

Entenda o que é o teste de esterilidade USP 71, como é feito, quando aplicar e por que é essencial para garantir a segurança de produtos farmacêuticos.
Por: Dafratec | Em 23/07/2025 | Termo
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USP 71: Guia Completo sobre o Teste de Esterilidade

A USP 71 é o capítulo da Farmacopeia dos Estados Unidos (United States Pharmacopeia) que trata do teste de esterilidade para produtos farmacêuticos. Este teste é essencial para garantir que medicamentos injetáveis, oftálmicos e outras formas estéreis estejam livres de microrganismos viáveis.

O que é a USP 71?

A USP 71 estabelece os procedimentos oficiais para a verificação da esterilidade de produtos estéreis. É um método obrigatório para garantir a qualidade microbiológica de medicamentos que devem estar livres de contaminação.

O teste visa detectar a presença de fungos, bactérias aeróbias e anaeróbias. Ele é realizado em condições controladas, com incubação dos produtos em meios de cultura específicos.

Para que serve o teste de esterilidade da USP 71?

O principal objetivo da USP 71 é assegurar a segurança dos pacientes. A presença de um único microrganismo em produtos como injetáveis, soluções oftálmicas ou irrigadoras pode causar infecções graves ou até fatais.

Portanto, o teste de esterilidade é um requisito fundamental para:

  • Medicamentos injetáveis (ampolas, frascos, seringas)

  • Soluções para infusão

  • Preparações oftálmicas

  • Produtos de irrigação estéril

  • Implantes

  • Produtos de diálise

Quando aplicar o teste da USP 71?

O teste deve ser aplicado:

  • Durante o desenvolvimento de novos produtos

  • Como parte do controle de qualidade do lote

  • Em estudos de validação de processo

  • Após alterações em equipamentos ou ambientes de produção

  • Em auditorias internas e externas

Como é realizado o teste de esterilidade USP 71?

A USP 71 descreve dois métodos principais:

1. Filtração por membrana

Utilizado para líquidos e produtos solúveis em água. O produto é filtrado por uma membrana que retém microrganismos. Em seguida, a membrana é transferida para frascos com meios de cultura.

2. Inoculação direta

Aplicado quando o produto não pode ser filtrado. Uma amostra do produto é diretamente inoculada em frascos com meio de cultura.

Ambos os métodos envolvem a incubação dos frascos por até 14 dias, sob duas condições:

  • Meio de tioglicolato fluido (FTM): 30 a 35 °C – para bactérias anaeróbias

  • Meio de digestão de caseína (TSB): 20 a 25 °C – para fungos e bactérias aeróbias

Durante esse período, é observado o crescimento microbiano.

Validação do método de esterilidade

Antes de usar o método descrito na USP 71, é necessário validá-lo. A validação do método de esterilidade garante que os meios de cultura e as condições do teste conseguem detectar microrganismos, mesmo na presença do produto testado.

O teste de validação é realizado com cepas específicas, como:

  • Staphylococcus aureus

  • Bacillus subtilis

  • Pseudomonas aeruginosa

  • Candida albicans

  • Aspergillus brasiliensis

  • Clostridium sporogenes

Critérios de aceitação segundo a USP 71

  • O produto passa no teste se não houver crescimento microbiano ao fim de 14 dias de incubação.

  • O produto falha se houver qualquer sinal de turbidez ou crescimento fúngico/bacteriano nos meios.

É importante destacar que um resultado positivo não pode ser ignorado. Deve haver investigação e possível reprovação do lote.

Ambiente para teste de esterilidade

A USP 71 exige que o teste seja realizado em ambiente controlado de classe A (ISO 5), com suporte de classe B ao redor. Isso é fundamental para evitar contaminações externas durante o teste.

Equipamentos utilizados no teste USP 71

Entre os equipamentos mais utilizados estão:

  • Sistemas de filtração por membrana com braços fechados

  • Incubadoras controladas

  • Cabines de fluxo laminar classe A

  • Meios de cultura prontos para uso

  • Analisadores para validação de esterilidade

Diferença entre USP 71 e testes rápidos

A USP 71 é o método clássico e obrigatório em muitos casos. Porém, hoje existem métodos rápidos de detecção microbiana que reduzem o tempo de análise, mas ainda precisam ser validados e aceitos por autoridades regulatórias.

Importância da conformidade com a USP 71

Empresas farmacêuticas e fabricantes de produtos estéreis precisam seguir a USP 71 para:

  • Cumprir normas regulatórias da FDA, EMA e ANVISA

  • Garantir a liberação segura de lotes

  • Passar em auditorias e inspeções

  • Evitar recalls e danos à imagem


FAQ – Perguntas Frequentes sobre a USP 71

O que é o teste USP 71?

É o teste oficial da Farmacopeia Americana para verificar a esterilidade de produtos farmacêuticos estéreis.

Quem deve realizar o teste de esterilidade?

Laboratórios de controle de qualidade em indústrias farmacêuticas e fabricantes de produtos estéreis.

Quantas amostras são necessárias para o teste USP 71?

A quantidade varia conforme o tamanho do lote e o tipo de produto, seguindo tabelas da própria norma.

Qual é o tempo de incubação do teste USP 71?

O tempo mínimo é de 14 dias sob duas faixas de temperatura, dependendo do meio de cultura.

Posso usar apenas o método de inoculação direta?

Somente se o produto for incompatível com o método de filtração por membrana.

O teste USP 71 substitui a validação de processos?

Não. Ele é parte do controle de qualidade, mas a validação do processo é obrigatória separadamente.

É possível usar métodos rápidos no lugar da USP 71?

Somente se validados e aceitos pelas autoridades reguladoras.

Quais microrganismos são usados na validação do método?

Pelo menos seis cepas padrão, incluindo bactérias aeróbias, anaeróbias, fungos e leveduras.

A USP 71 é válida no Brasil?

Sim, a ANVISA aceita a aplicação da USP 71 em conjunto com a Farmacopeia Brasileira.

Quais equipamentos facilitam a realização do teste?

Cabines de fluxo laminar, sistemas de filtração estéril, incubadoras e analisadores de crescimento microbiano.


Conclusão

A USP 71 é uma norma fundamental para garantir a esterilidade de produtos farmacêuticos. Sua aplicação correta protege os pacientes, assegura a qualidade do produto e mantém a conformidade regulatória. Por isso, todo laboratório envolvido com produtos estéreis deve conhecer e aplicar este teste com rigor e responsabilidade.

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