Capa do Artigo Conheça as Normas USP <788>, <787> e EP 2.9.19

Conheça as Normas USP <788>, <787> e EP 2.9.19

Saiba tudo sobre as normas USP <788>, <787> e EP 2.9.19 para controle de partículas subvisíveis em formulações parenterais. Leia nosso artigo completo!

Por: Dafratec | Em 27/07/2024 | Artigo
Compartilhar:
O encontro nacional totalmente dedicado aos biobancos e coleções biológicas no Brasil está chegando, o Biobank Brasil Summit 2025.

Dia: 9 de setembro de 2025, das 8h às 17h - Colocar na Agenda
Local: Espaço Aroeira, localizado na Av. das Nações Unidas, 14401 - Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP - Ver no mapa

A USP 788 é uma norma que define critérios rigorosos para o controle de partículas subvisíveis em medicamentos injetáveis. Ela estabelece limites específicos de partículas não dissolvidas em soluções de pequeno (<100 mL) e grande volume (>100 mL), aplicando-se a produtos administrados por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea. Complementando este padrão, a USP 787 atende especificamente a proteínas terapêuticas injetáveis com volumes reduzidos, enquanto a EP 2.9.19 harmoniza os requisitos europeus com os padrões americanos. Os testes recomendados incluem a contagem por bloqueio de luz (Light Obscuration) e a análise microscópica, assegurando que ampolas, frascos e soluções estejam livres de excesso de contaminantes particulados e atendam aos padrões de qualidade exigidos pela United States Pharmacopeia (USP).

A implementação da USP 788 representa um diferencial competitivo importante para laboratórios farmacêuticos brasileiros, permitindo participação em licitações públicas e contratos internacionais que exigem certificação de qualidade rigorosa. Equipamentos especializados como o HIAC 9703+ da Beckman Coulter facilitam essa adequação, oferecendo análises precisas e automatizadas que atendem aos requisitos da norma. 

A USP 788 é uma norma que define critérios rigorosos para o controle de partículas subvisíveis

Conforme estabelecido pela RDC 166/2017 da ANVISA, laboratórios com métodos validados para análise de partículas subvisíveis conquistam credibilidade técnica superior no mercado brasileiro e internacional, garantindo acesso a oportunidades comerciais exclusivas no setor de produtos parenterais.

Contador de Partículas em Conformidade com a USP 788

Contador de partículas HIAC 9703+

  • Redução de 89% no Tempo de Análise de Injetáveis para Liberação de Lotes
  • Amostras pequenas com apenas 1 mL necessário para testes
  • Alta flexibilidade em taxas de fluxo de 10 a 100 ml/min
  • Sensores intercambiáveis de alta precisão que detectam de 0.5 a 600 μm
  • Recuperação automática de dados com backup via software PharmSpec
  • Conformidade com normas farmacêuticas como USP EP JP e KP
Conheça o HIAC 9703+

Principais Tópicos Abordados sobre USP 788, 787 e EP 2.9.19

  • Definição e aplicação das normas USP 788, 787 e EP 2.9.19
  • Métodos de teste: obscurecimento de luz e análise microscópica
  • Limites permitidos para partículas de 10 μm e 25 μm
  • Diferenças entre produtos de pequeno e grande volume
  • Especificidades para proteínas terapêuticas (USP 787)
  • Harmonização internacional com padrões europeus
  • Equipamentos necessários e tecnologias de contagem
  • Validação laboratorial e conformidade regulatória
  • Exceções e casos especiais das normas
  • Impactos na segurança do paciente e qualidade farmacêutica

O Que Define a Norma USP 788

A norma USP 788 define matéria particulada como partículas móveis não dissolvidas, excluindo bolhas de gás, que estão presentes de forma não intencional nas soluções parenterais. Essas partículas representam contaminação indesejada que pode comprometer tanto a eficácia quanto a segurança do medicamento.

"A USP 788 estabelece limites rigorosos para garantir que produtos parenterais estejam livres de contaminantes particulados que possam causar reações adversas em pacientes."

A aplicação da USP 788 abrange todas as soluções parenterais prontas para uso, incluindo injeções de pequeno volume (SVI) com menos de 100 mL e injeções de grande volume (LVI) superiores a 100 mL. Os limites específicos estabelecidos são de no máximo 6.000 partículas ≥10 μm e 600 partículas ≥25 μm por recipiente para produtos de pequeno volume.

Tipos de Produtos Cobertos pela USP 788

A norma USP 788 aplica-se a diversos tipos de formulações parenterais, cada uma com especificações particulares de acordo com seu volume e via de administração.

Injeções de Pequeno Volume (SVI): Incluem ampolas, frascos-ampola e seringas pré-carregadas com volume inferior a 100 mL destinados à administração intravenosa, intramuscular ou subcutânea.

Injeções de Grande Volume (LVI): Soluções para infusão intravenosa com volume superior a 100 mL, comumente utilizadas em hospitais para hidratação e administração prolongada de medicamentos.

Métodos de Teste das Normas USP 788, 787 e EP 2.9.19

As normas USP 788, 787 e EP 2.9.19 especificam métodos harmonizados para detecção e quantificação de partículas subvisíveis em formulações parenterais, sendo o obscurecimento de luz o método preferencial para todas as normas.

Tecnologia de Obscurecimento de Luz

O método de obscurecimento de luz é considerado o padrão-ouro para análise de partículas subvisíveis conforme a USP 788. Este sistema utiliza um feixe de laser onde as partículas obscurecem a luz durante seu trânsito, permitindo o dimensionamento e contagem automatizada através de conversores analógico-digitais.

"O método de obscurecimento de luz oferece precisão superior e automação completa, sendo amplamente preferido pela indústria farmacêutica para conformidade com a USP 788."

Método Microscópico Alternativo

Quando a tecnologia de obscurecimento de luz não pode ser aplicada devido à alta viscosidade ou formulações opacas, utiliza-se o método microscópico. Este processo envolve contagem manual através de microscópio, embora seja mais trabalhoso e sujeito à variabilidade humana.

Equipamentos Essenciais para Conformidade USP 788

A implementação eficaz da USP 788 requer equipamentos especializados capazes de detectar e quantificar partículas microscópicas com alta precisão e repetibilidade.

Contadores de Partículas por Obscurecimento

Sistemas especializados para USP 788 são projetados para atender aos requisitos específicos da norma, oferecendo software validável em conformidade com 21 CFR Parte 11 e capacidade de análise automatizada com volumes de amostra reduzidos.

Sistemas de Amostragem Automatizada

Os amostradores automáticos permitem análise simultânea de até 24 amostras, proporcionando maior produtividade laboratorial e redução da variabilidade operacional nos testes USP 788.

"Equipamentos automatizados reduzem significativamente o tempo de análise e eliminam variações operacionais, garantindo conformidade consistente com a USP 788."

Validação Laboratorial e Impactos Regulatórios

A validação de métodos analíticos para USP 788 representa um desafio técnico significativo para laboratórios farmacêuticos. A RDC 166/2017 da ANVISA estabelece que métodos para análise de partículas devem demonstrar seletividade, linearidade, exatidão, precisão e robustez através de protocolos documentados.

Parâmetros de Validação USP 788

Seletividade: Capacidade do método de detectar especificamente partículas subvisíveis sem interferência de outros componentes da formulação.

Linearidade: Demonstração de resposta proporcional entre o número de partículas detectadas e sua concentração real na amostra.

Precisão: Reprodutibilidade dos resultados quando o mesmo lote é analisado em condições idênticas por diferentes operadores.

Documentação Regulatória

Todos os dados de validação USP 788 devem ser protocolados junto à ANVISA com documentação completa incluindo protocolos, relatórios, fórmulas de cálculo e justificativas técnicas para qualquer desvio dos critérios estabelecidos.

"A validação completa de métodos USP 788 assegura que laboratórios farmacêuticos mantenham padrões internacionais de qualidade e segurança."

Limites Críticos Estabelecidos pela USP 788

Os limites estabelecidos pela USP 788 são baseados em extensos estudos de segurança que demonstram os níveis seguros de exposição a partículas subvisíveis para diferentes vias de administração.

Produtos de Pequeno Volume (SVI)

Para injeções de pequeno volume, a USP 788 estabelece um máximo de 6.000 partículas ≥10 μm e 600 partículas ≥25 μm por recipiente, com resultados expressos em partículas/recipiente.

Produtos de Grande Volume (LVI)

Para injeções de grande volume, os limites são de 25 partículas ≥10 μm e 3 partículas ≥25 μm por mililitro, com resultados expressos em partículas/mL.

"Os limites diferenciados entre SVI e LVI refletem os riscos específicos associados ao volume e duração da exposição às partículas subvisíveis."

Exceções Importantes da Norma USP 788

Embora abrangente, a USP 788 reconhece situações específicas onde sua aplicação não é apropriada ou onde métodos alternativos são justificáveis.

Preparações Radiofarmacêuticas

Produtos radiofarmacêuticos estão isentos da USP 788 devido aos requisitos especiais de manuseio e às considerações únicas de segurança radiológica que podem interferir nos métodos de teste padrão.

Produtos com Filtração Final

Medicamentos que exigem filtração final antes da administração podem ser isentos da USP 788, desde que dados científicos robustos comprovem a eficácia da filtração na remoção de partículas subvisíveis.

Tecnologias Avançadas para Análise USP 788

O avanço tecnológico tem introduzido sistemas cada vez mais sofisticados para análise de partículas subvisíveis, oferecendo maior precisão e eficiência na conformidade com a USP 788.

Sistemas de Múltiplos Sensores

Equipamentos como o AccuSizer SIS utilizam sensores avançados que superam os requisitos mínimos da USP 788, proporcionando análises mais detalhadas e relatórios automatizados para diferentes protocolos de teste.

Software de Validação Integrado

Softwares especializados calculam automaticamente os valores médios das execuções e determinam aprovação/reprovação conforme critérios USP 788, eliminando erros manuais e garantindo rastreabilidade completa dos dados.

"A automação completa dos processos USP 788 reduz variabilidade operacional e garante reprodutibilidade dos resultados analíticos."

Harmonização Internacional: USP 788, 787 e EP 2.9.19

A harmonização entre USP 788, USP 787 e EP 2.9.19 representa um marco na padronização global de análises de partículas subvisíveis. Esta convergência regulatória permite que fabricantes utilizem métodos únicos para atender simultaneamente aos mercados americano e europeu.

Benefícios da Harmonização Regulatória

A harmonização entre estas normas permite que laboratórios farmacêuticos utilizem os mesmos equipamentos, protocolos e critérios de aceitação para diferentes mercados regulatórios, reduzindo significativamente custos de desenvolvimento e validação.

Especificidades da USP 787 para Proteínas

A USP 787 foi desenvolvida para abordar desafios únicos das proteínas terapêuticas, permitindo volumes de teste flexíveis entre 1-25 mL comparados aos requisitos mínimos de 25 mL da USP 788. Esta flexibilidade é crucial para produtos biológicos caros onde a economia de amostra é fundamental.

Conformidade Global com EP 2.9.19

Empresas farmacêuticas multinacionais podem padronizar seus processos de controle de qualidade, utilizando protocolos harmonizados entre USP 788/787 e EP 2.9.19 para atender simultaneamente aos mercados americano, europeu e outros que adotam estas referências harmonizadas.

Desafios na Implementação da USP 788

A implementação efetiva da USP 788 apresenta diversos desafios técnicos e operacionais que laboratórios devem superar para manter conformidade regulatória.

Variabilidade de Amostras

Diferentes formulações podem apresentar características únicas que afetam a detecção de partículas, exigindo adaptações nos métodos de teste para manter a precisão da análise USP 788.

Controle de Contaminação

Ambientes laboratoriais devem manter condições controladas para evitar contaminação externa que poderia gerar resultados falsos positivos nos testes de partículas subvisíveis.

"O sucesso na implementação da USP 788 depende de rigoroso controle ambiental e treinamento especializado da equipe técnica."

Impactos da USP 788 na Segurança do Paciente

As partículas subvisíveis controladas pela USP 788 podem causar sérios riscos à saúde quando presentes em concentrações elevadas, justificando a necessidade de limites rigorosos.

Riscos Clínicos Associados

Estudos demonstram que partículas subvisíveis podem causar reações químicas incompatíveis com o sistema arterial, embolia, reações imunológicas e outros eventos adversos graves em pacientes.

Prevenção através da USP 788

A aplicação rigorosa dos limites USP 788 previne a administração de produtos com concentrações perigosas de partículas, protegendo pacientes vulneráveis de complicações evitáveis.

Evolução e Futuro das Normas USP 788, 787 e EP 2.9.19

As normas USP 788, 787 e EP 2.9.19 continuam evoluindo para incorporar avanços tecnológicos e abordar desafios emergentes na fabricação de produtos parenterais cada vez mais complexos, especialmente no setor de biotecnologia.

Desenvolvimentos em Proteínas Terapêuticas

Com o crescimento exponencial de terapias biológicas, a USP 787 se torna cada vez mais relevante, complementando a USP 788 tradicional com métodos específicos para anticorpos monoclonais, proteínas recombinantes e terapias genéticas que apresentam características particulares de agregação.

Integração de Novas Tecnologias

Desenvolvimentos em microscopia de fluxo e técnicas de análise de imagem prometem complementar os métodos tradicionais das normas USP 788, 787 e EP 2.9.19, oferecendo caracterização mais detalhada das partículas detectadas e melhor diferenciação entre tipos de contaminantes.

"A evolução contínua da USP 788 acompanha inovações farmacêuticas, garantindo que padrões de segurança permaneçam atualizados."

Treinamento e Capacitação para USP 788

O sucesso na implementação da USP 788 depende fundamentalmente de equipes técnicas adequadamente treinadas e capacitadas nos métodos e equipamentos específicos.

Competências Técnicas Essenciais

Técnicos devem dominar procedimentos de amostragem, operação de equipamentos de contagem, interpretação de dados e manutenção de condições controladas durante os testes USP 788.

Programas de Certificação

Programas especializados de treinamento em USP 788 capacitam profissionais em aspectos técnicos, regulatórios e práticos da análise de partículas subvisíveis, assegurando conformidade sustentável.

Perguntas Frequentes sobre USP 788, 787 e EP 2.9.19

O que são as normas USP 788, 787 e EP 2.9.19?

São normas harmonizadas internacionalmente que estabelecem métodos e limites para análise de partículas subvisíveis em produtos parenterais. A USP 788 aplica-se a produtos gerais, a USP 787 a proteínas terapêuticas, e a EP 2.9.19 é o equivalente europeu.

Qual a diferença entre USP 788 e USP 787?

A USP 788 aplica-se a produtos parenterais gerais com requisito mínimo de 25 mL para teste, enquanto a USP 787 é específica para proteínas terapêuticas permitindo volumes flexíveis entre 1-25 mL e métodos adaptados para agregados proteicos frágeis.

A EP 2.9.19 é equivalente às normas USP?

Sim, a EP 2.9.19 está harmonizada com as normas USP 788 e 787 através do Pharmacopoeial Discussion Group (PDG), permitindo que fabricantes utilizem os mesmos métodos e critérios para atender simultaneamente aos mercados americano e europeu.

Quais os limites de partículas nas normas?

Para produtos de pequeno volume: máximo 6.000 partículas ≥10 μm e 600 partículas ≥25 μm por recipiente. Para grande volume: máximo 25 partículas ≥10 μm e 3 partículas ≥25 μm por mL. Os limites são consistentes entre USP 788, 787 e EP 2.9.19.

Como validar métodos para essas normas no Brasil?

No Brasil, a validação deve seguir a RDC 166/2017 da ANVISA, demonstrando seletividade, linearidade, exatidão, precisão e robustez dos métodos analíticos para USP 788, 787 ou EP 2.9.19 através de protocolos documentados.

Que equipamentos são necessários?

Contadores de partículas por obscurecimento de luz (como HIAC 9703+), microscópios para método alternativo, sistemas de amostragem automatizada e software validável em conformidade com 21 CFR Parte 11 são essenciais para todas as normas.

Existem exceções à aplicação dessas normas?

Sim, preparações radiofarmacêuticas, soluções de irrigação com justificativa científica e produtos que requerem filtração final antes da administração podem ser isentos das normas USP 788, 787 e EP 2.9.19.

Leitura Relacionada

  • USP 789 - Partículas Subvisíveis em Produtos Oftálmicos
  • ICH Q2(R1) - Validação de Métodos Analíticos
  • Validação de Métodos Analíticos RDC 166/2017

Equipamento Relacionado


Outros Artigos