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Capa do Artigo MOF para Captura de CO₂: Co-adsorção em Condições Úmidas - Estudo de Caso

MOF para Captura de CO₂: Co-adsorção em Condições Úmidas - Estudo de Caso

Estudo revela como um MOF da novoMOF mantém alta eficiência na captura de CO₂ em condições úmidas usando os instrumentos DVS Carbon e BTA Frontier.

Por: Dafratec | Em 25/10/2025 | Artigo
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O avanço das tecnologias de captura de carbono é essencial para reduzir as emissões industriais e atingir as metas do Acordo de Paris. Neste estudo, um metal-organic framework (MOF) desenvolvido pela novoMOF AG demonstrou excelente desempenho na captura de CO₂ mesmo em ambientes com alta umidade — um desafio comum na captura pós-combustão.

Utilizando os equipamentos DVS Carbon e BTA Frontier da Surface Measurement Systems, o estudo analisou a co-adsorção de dióxido de carbono e vapor de água de forma precisa e realista, abrindo caminho para novas soluções sustentáveis em materiais de captura de gases.

O Desafio da Captura de CO₂ em Ambientes Úmidos

A umidade é um dos principais obstáculos para tecnologias de captura de carbono. Ela interfere na adsorção do CO₂, reduzindo a eficiência de muitos materiais. Os MOFs (metal-organic frameworks) surgem como uma alternativa promissora, graças à sua estrutura porosa e estabilidade química.

O MOF analisado no estudo demonstrou alta capacidade de adsorção de CO₂ e estabilidade após múltiplos ciclos, mesmo sob 50% de umidade relativa. Isso o torna ideal para aplicações industriais de pós-combustão.

Metodologia Utilizada

As amostras em pó foram avaliadas com o DVS Carbon para determinar a adsorção gravimétrica de CO₂ e H₂O, enquanto a versão peletizada foi analisada com o BTA Frontier para testes dinâmicos de co-adsorção. As medições ocorreram entre 14 °C e 40 °C, simulando condições reais de gases industriais.

DVS Carbon e BTA Frontier foram usados no estudo

Saiba mais sobre o DVS Carbon clicando aqui

Sabia mais sobre o BTA Frontier clicando aqui

Figura 1. Equipamentos DVS Carbon e BTA Frontier usados para medir adsorção e co-adsorção de CO₂ e H₂O. fig1-dvs-carbon-bta-frontier
  • Alta precisão térmica: ±0,01 °C;
  • Sensibilidade de pesagem: 0,01 μg;
  • Fluxo total: 200 sccm com mistura controlada de N₂, CO₂ e vapor de H₂O.

Resultados Principais do MOF para Captura de CO₂

Os resultados mostraram excelente desempenho do MOF, com rápida cinética de adsorção e alta estabilidade em múltiplos ciclos. Abaixo, os destaques numéricos:

  • 18,71 wt% de CO₂ a 25 °C e 0,95 bar;
  • 9,28 wt% a 15 vol% CO₂ (condições industriais típicas);
  • Energia de adsorção entre 38,6 e 42,1 kJ/mol — ideal para regeneração eficiente;
  • Estabilidade após 10 ciclos de adsorção e dessorção.
Isotermas de Adsorção e Cinéticas de CO2
Figura 2. Isotermas de adsorção e cinéticas de CO₂ medidas pelo DVS Carbon. 

Além da análise de CO₂, o comportamento do material frente à umidade foi examinado com o DVS Carbon. O gráfico abaixo mostra a sorção de H₂O em diferentes temperaturas, evidenciando a estabilidade do MOF em ambientes úmidos.

ISotermas de Sorção de H2o revelando baixa abosrção
Figura 3. Isotermas de sorção de H₂O revelando baixa absorção de água e estabilidade térmica. fig3-sorcao-h2o

Desempenho estável do MOF após múltiplos ciclos de adsorção de CO2 e H2o

Figura 4. Desempenho estável do MOF após múltiplos ciclos de adsorção de CO₂ e H₂O. 

Mesmo sob 40% de umidade, o MOF manteve desempenho constante e sem competição entre CO₂ e H₂O, indicando um comportamento de adsorção não interativo — característica rara e vantajosa em processos industriais.

Co-adsorção e Análise Breakthrough

O BTA Frontier confirmou que o MOF retém simultaneamente CO₂ e H₂O sem perda significativa de desempenho. Durante os testes, a co-adsorção apresentou 11,25 wt% de massa total, sem substituição competitiva entre os gases. Isso indica que o material pode operar de forma estável em correntes gasosas úmidas, sem necessidade de desumidificação prévia.

Co-adsorção simultânea de CO₂ (10 vol%) e H₂O (40% RH) no DVS Carbon. fig5-coadsorcao

Figura 5. Co-adsorção simultânea de CO₂ (10 vol%) e H₂O (40% RH) no DVS Carbon.

Comparativo com Materiais de Referência

Comparado a outros sorventes, como CALF-203 e MUF-166, o novo MOF apresentou maior capacidade de captura e regeneração, mantendo desempenho superior mesmo sob 75% RH, condição que geralmente degrada materiais convencionais.

Comparação entre adsorção individual e co-adsorção do MOF, indicando estabilidade frente à umidade.

Figura 6. Comparação entre adsorção individual e co-adsorção do MOF, indicando estabilidade frente à umidade.

Impacto Ambiental e Tecnológico

Combinando as tecnologias DVS Carbon e BTA Frontier, o estudo possibilitou medições precisas e aceleradas para desenvolvimento de materiais avançados de captura de CO₂. Essa abordagem integrada é fundamental para acelerar soluções de mitigação climática e transição para uma economia de baixo carbono.

Breakthrough analysis mostrando a adsorção e dessorção simultânea de CO₂ e H₂O a 25 °C.

Figura 7. Breakthrough analysis mostrando a adsorção e dessorção simultânea de CO₂ e H₂O a 25 °C. 

O estudo reforça que MOFs com estabilidade frente à umidade são peças-chave para a próxima geração de tecnologias de captura de carbono sustentável.

Conclusão

O MOF desenvolvido pela novoMOF provou ser altamente eficiente na captura de CO₂ em fluxos úmidos, mantendo capacidade e estabilidade excepcionais. A combinação dos instrumentos DVS Carbon e BTA Frontier oferece um método completo para avaliação de sorventes, contribuindo diretamente para o avanço das tecnologias de captura de carbono.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que é um MOF?

MOF (Metal–Organic Framework) é um material cristalino altamente poroso formado por íons metálicos e ligantes orgânicos, usado para capturar e armazenar gases como CO₂.

Por que estudar a co-adsorção de CO₂ e H₂O?

Porque o vapor de água interfere na captura de CO₂ em processos reais. Entender esse comportamento é essencial para desenvolver materiais eficientes sob condições úmidas.

O que diferencia o DVS Carbon e o BTA Frontier?

O DVS Carbon mede a adsorção gravimétrica com alta precisão, enquanto o BTA Frontier simula fluxos gasosos reais, avaliando o desempenho dinâmico de sorventes.

Este MOF pode ser usado em larga escala?

Sim. O material mostrou estabilidade e desempenho compatíveis com aplicações industriais de pós-combustão.

Qual é o benefício ambiental desse tipo de estudo?

Ele contribui para o desenvolvimento de tecnologias que reduzem emissões de CO₂, apoiando metas globais de sustentabilidade e mitigação do aquecimento climático.

Quem realizou o estudo?

O trabalho foi conduzido pela Surface Measurement Systems Ltd. em colaboração com a novoMOF AG, utilizando os equipamentos DVS Carbon e BTA Frontier.


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